Longe do ideal

Mostrar-se insatisfeito com os resultados é um primeiro passo importante para quem não anda bem. E Dorival Júnior não pode ser acusado de não estar tentando. Ontem, fez outras três mudanças no time titular do Galo para o jogo contra Uberaba. Mas seguiu muito longe de encontrar o time ideal após o empate por 1 a 1.

Com o retorno de Ricardinho, Dorival manteve o 4-2-2-2. Esperava dar mais qualidade ao passe no meio-campo também com a volta de Serginho. Mudou as duas laterais, problemas crônicos desde o ano passado: o jovem Bernard, meia de origem, estreou improvisado pela direita e Richarlyson passou para o lado esquerdo.

Mudanças que não alteraram as dificuldades do Galo. Com Jóbson bem marcado e Renan Oliveira apagado, o jogo só fluia quando passava pelos pés de Ricardinho. Os volantes erravam passes demais, os laterais não mostravam desenvoltura para chegar à linha de fundo (já que nenhum dos dois jogava em sua posição original) e Ricardo Bueno não conseguia prender a bola no campo ofensivo.

Assim, novamente o time passou o primeiro tempo tendo a posse de bola (60%) mas sem conseguir agredir. Travado, não parecia nem de longe os times de Dorival Júnior. A velocidade, que o técnico disse que seria a principal arma do elenco que estava montando, não apareceu.

Novamente, no intervalo, o técnico foi obrigado a abrir seu time. Mancini ganhou o lugar de um tímido e fraco Toró e o Galo voltou ao 4-3-3 com triangulo invertido no meio-campo (1 volante e 2 armadores). Já que o jogo não acontecia naturalmente, outra vez o Galo teve que buscar o abafa.

E até funcionou, em outra bola cruzada que Ricardo Bueno subiu muito para aproveitar. O problema é que a história de todos os outros jogos da temporada se repetiu: falha na saída de bola, defesa mal posicionada e gol de Bruno Campos, apenas 5 minutos depois.

Pouco depois, Dorival colocou Berola e Magno Alves no lugar de Jóbson e Mancini (machucado). Tentava apostar na velocidade pelos lados contra um time fechado, que não dava espaço para os contra-ataques. Não funcionou e o time seguiu travado. Com Ricardinho cansado, principalmente por ter que recompor mais o meio-campo no segundo tempo após a saída de Toró, o jogo do Galo acabou. Restaram bolas levantadas na área, normalmente da intermediária, já que os dois laterais seguiam sem chegar à linha de fundo.

No fim, o 1 a 1 acabou sendo o resultado justo para um Atlético que não conseguiu ameaçar e ainda viu Cristiano acertar o travessão em cabeçada. Pouco. Muito pouco para quem começou o ano investindo alto e falando em títulos.

Apesar das constantes reclamações quanto ao setor ofensivo, não me parece este o único problema do Galo. Um time que sofreu gol em todas as partidas do ano, tendo jogado apenas duas vezes contra times da Série A, tem mais com o que se preocupar. Dorival mexe muito, tenta muito, mas ainda está longe de encontrar o seu time. O tal "laboratório" está perto do fim e a hora de dar provas concretas chegará logo. Pelo jeito, antes de o time estar pronto.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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