Venceu o melhor

O esperadíssimo Rally dos Clássicos na Espanha chegou ao fim. E embora tenha deixado margens para reclamações e polêmicas, provou a superioridade do Barcelona, grande vencedor do confronto. Ao meu ver, resultados bons para todos: o Real venceu a Copa do Rei e não passou vergonha diante de um time que se aproxima da perfeição técnica e tática.

O último dos quatro jogos foi o melhor. Não pelas chances de gol, raras. Mas pelo futebol em si. Ainda que a violência, as disputas ríspidas e o exagero tenha aparecido como nos outros jogos, aflorando a rivalidade, as duas equipes quiseram jogar desta vez.

Barcelona e Real Madrid já se conheciam sem entrar em campo. Após quatro jogos, ficou evidente o quanto era difícil surpreender o adversário.

Obrigado a vencer e sem Pepe e Sergio Ramos, Mourinho soltou seu time. Kaká ganhou a vaga de Ozil (claramente mal fisicamente e abaixo dos outros jogadores em campo) e Higuaín a de Pepe, com o 4-2-3-1 da histórica goleada por 5 a 0 retornando. A estratégia era tentar roubar a bola no campo de ataque e ganhar velocidade com o trio de meias.

O Barcelona teve o retorno de Iniesta e manteve o padrão de sempre. 64% de posse de bola, trocas de passes incansáveis que devem ser absolutamente irritantes para o adversário. Pela ausência de Pepe, logo a frente da defesa, Messi teve mais espaço desta vez circulando nas costas dos volantes. O argentino foi o principal jogador do primeiro tempo (principalmente na blitz catalã após os 30 minutos iniciais que parou nas mãos de Casillas) e só caiu na etapa final quando o Real abusou das faltas. Só no argentino, foram 11. O Barcelona, no jogo, fez 9 faltas.

Depois de suportar a pressão inicial (e ir para o intervalo sem dar um chute a gol sequer), o Real voltou melhor no segundo tempo. Veio o polêmico gol anulado de Higuaín (há o toque de Cristiano Ronaldo em Mascherano, sem intenção alguma) e logo na sequência o gol de Pedro em mais um passe de cinema de Iniesta.

O time de Mourinho, como em todos os outros três jogos, foi valente. Buscou o empate com Marcelo e teve chances para virar embora tenha ficado na roda em diversos momentos para um adversário sensacional. Em alguns momentos, abusou da violência (Ricardo Carvalho poderia ter sido expulso ainda no primeiro tempo, Adebayor exagerou das faltas quando entrou). Mas mostrou garra e futebol.

O Barcelona está na final. É óbvio favorito, muito provavelmente contra o Manchester United. O que não quer dizer que vencerá, muito menos que será fácil. Mas é um time brilhante, encantador e que provou (mais uma vez) diante do fortíssimo Real suas qualidades.

Que o Real não encare a derrota como vexame. Não foi. O time de Mourinho enfrentou quatro vezes os melhores do planeta. Perdeu uma, venceu outra. Sofreu apenas quatro gols. Desempenho que faz desnecessário tanto chororô.

PS: Justa e maravilhosa a homenagem do Barcelona, torcedores e jogadores a Abidal. Pouco mais de 30 dias depois de vencer um tumor no fígado, o francês entrou em campo nos minutos finais da partida e foi aplaudidíssimo e festejado. Show de bola!

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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