Falta tudo

Mais uma atuação decepcionante. Mais um empate. O Brasil tem tudo (inclusive a obrigação) para se classificar para a próxima fase da Copa América com regulamento esdrúxulo onde é preciso se esforçar muito para ficar fora. Mas decepciona (muito) tatica e individualmente até aqui na primeira competição oficial da era Mano Menezes.

A opção surpreendente de Mano Menezes por Jádson na vaga de Robinho causou estranhamento. Para todos, a tendência era a entrada de Lucas ou, na pior das hipóteses, de Elano. Preconceito dos que gostam de rótulos e que acreditam que só os que jogam nos grandes centros podem jogar na seleção. E que para julgar um jogador, sequer procuram vê-lo jogar.

Para a sorte de Mano, Jádson entrou bem na partida (apesar do claro nervosismo) e foi importante para auxiliar na articulação ao lado de Ganso, mantido o 4-2-3-1 que o técnico não parece disposto a desfazer. Num primeiro tempo fraco de opções, saíram dos pés do meia do Shaktar as duas melhors jogadas do Brasil: um passe preciso para Pato sair na cara do gol e um belo chute de fora da área que abriu o marcador.

O Brasil seguia com dificuldades pois Ganso ainda não encontrou seu espaço e seu melhor futebol. Neymar também sente o peso da competição (natural pela idade) e peca pelo individualismo e vontade de brilhar logo.

Além de dificuldades individuais, o Brasil tem problemas táticos. Falta mobilidade. Faltam soluções. Jádson foi o único dos três meias a buscar troca de posição. Os volantes ajudam pouco os laterais na marcação e a defesa acaba exposta. Fato que contribuiu, inclusive, para a partida ruim de Daniel Alves, que assim como Messi, não consegue fazer na seleção metade do que faz no Barcelona, embora muitos prefiram julgá-los individualmente do que perceber a importância do que está ao redor deles para o desempenho extraordinário.

No intervalo, Jádson saiu para evitar a expulsão (já tinha cartão amarelo e merecia outro pouco antes de abrir o placar) e Elano entrou disperso pela meia direita. O Paraguai cresceu e puxou contra-ataque com o ótimo Estigarribia que Santa Cruz aproveitou para empatar. Os paraguaios, com bons valores e muita organização, já mereciam o resultado. Mais uma vez, o Brasil sentiu e pouco depois veio a virada. Neymar perdeu gol feito após passe genial de Ganso e no ataque seguinte Daniel Alves falhou bizonhamente perdendo a bola na área para Santa Cruz que deixou Valdes sozinho.

O Paraguai se fechou reoxigenando o meio e abrindo mão do ataque. Mano mexeu, mas o time continuou sem articulação e com imensas dificuldades. O nervosismo prejudicava ainda mais. No fim, mais por sorte que por merecimento, Ganso deu passe brilhante que Fred, mesmo mal, aproveitou para mostrar mais uma vez a estrela que o acompanhou durante toda a carreira.

O Brasil ainda tem um jogo na primeira fase para tentar provar evolução e para crescer. Como disse acima, a classificação deve chegar. Mas é hora de achar soluções. Táticas e individuais para um time que parece longe de se acertar.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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