Depois da decepcionante estreia da seleção argentina, o Brasil repetiu a dose em uma Copa América pouquíssimo empolgante até aqui (apenas 3 gols em 4 jogos). O empate sem gols contra a Venezuela escancarou um problema que já vinha sendo demonstrado nos últimos meses na seleção: a falta de alternativas do time de Mano Menezes.

Mano Menezes voltou a escalar o Brasil no 4-2-3-1. Os primeiros minutos animadores, com jogadas verticais e marcação adiantada, rapidamente deram lugar a um time previsível e que pouco incomodava. Ganso ficou muito preso na faixa central, não conseguiu dialogar com os volantes nem com Pato e acabou encaixotado pela marcação dos volantes venezuelanos. Neymar ficou muito preso pela faixa esquerda do campo, sem as perigosas entradas em diagonal e trocando pouco de posição com Robinho. Que tentou buscar o jogo também pelo lado esquerdo, mas acabou errando além da conta e isolando Daniel Alves.
A atuação estática seguiu durante o restante do primeiro tempo e também na etapa final. E quando esperava-se que Mano tivesse notado que o jogo não fluia e alterasse a equipe, o treinador errou na avaliação. Colocou Fred em campo passando Pato para o lado direito (depois substituindo o atacante por Lucas), quando o atacante do Milan fazia boa partida e só não aparecia porque a bola não chegava até ele. Manteve Ganso, jogando mal, em campo e manteve o time no 4-2-3-1 que não funcionou.
Ainda é cedo para cobranças exageradas e para pedir a cabeça de Mano Menezes. Muito embora ele esteja entre os técnicos que teve mais amistosos e mais tempo de treinamento nas últimas décadas. A cobrança não é em cima de resultados, e sim de futebol. O jogo fluente, leve e com "a cara do Brasil" prometido e demonstrado na estreia contra os Estados Unidos não voltou a aparecer. E é hora de buscar novas alternativas. O 4-2-3-1 não é o único modelo de futebol leve e atraente e talvez seja a hora de Mano se desligar do seu sistema preferido.
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