Abre o olho, Brasil

O Campeonato Espanhol começou no fim de semana. Começou na segunda rodada, atrasado. Graças a greve feita pelos jogadores, com salários atrasados. Diferentemente do Brasil, por lá há organização entre os atletas, que exigem condições dignas de trabalho. Mas como atraso de salários? A Liga Espanhola não é rica, com times sempre disputando os principais títulos da Europa? Não é bem assim.

Enquanto Barcelona e Real Madrid seguram suas principais estrelas e ainda tem condições de contratar ótimos reforços (o Barcelona buscou os ótimos Alexis Sanchez e Fábregas enquanto o Real apostou na revelação Nuri Sahin e no lateral-volante Fábio Coentrão), o restante dos clubes sofre.

O Atlético de Madrid não conseguiu segurar De Gea, Aguero e Forlán. O Espanyol perdeu Osvaldo para a Roma. O Valência viu Mata caminhar para a Inglaterra, para jogar no Chelsea. A reposição não foi à altura, pelo contrário. E o abismo enorme do resto para os dois gigantes, cresceu ainda mais.

O Real Madrid estreou fora de casa. Contra um Zaragoza, que deve brigar apenas no meio da tabela, mas que tem um time tradicional. Atropelou vencendo por 6 a 0, sem parecer precisar se esforçar muito. Cristiano Ronaldo começou com três gols, disposto a bater mais um caminhão de recordes.

Hoje foi a vez do Barcelona. Placar menor, jogo ainda mais impressionante. O Villareal está na Champions League. Deve de novo brigar por vaga nesta temporada. Mas foi atropelado por um Barcelona desmontado (sem nenhum zagueiro e com dois volantes improvisados num 3-4-3 ainda não testado). 5 a 0 fora o baile, com o primeiro (de muitos) show de Messi na Liga.

Enquanto os pequenos sofrem, sem dinheiro, Barcelona e Real Madrid sobram. Contam com apoio do governo, recebem milhões a mais de patrocinadores e transmissores. A diferença que hoje é imensa, parece que vai apenas aumentar com o passar do tempo.

A partir do ano que vem, o Brasil entrará num novo patamar em termos de receitas. A renegociação foi ótima para os clubes. Em especial para Flamengo e Corinthians, que tem as maiores torcidas e conseguiram (de longe) os melhores contratos. Hoje, é impossível que um clube como o América, recém-chegado à Série A consiga disputar com os dois. A tendência, é que seja cada vez mais impossível.

A polarização no Brasil, não deve acontecer com apenas dois clubes. Mas caminha para acontecer. Com três, quatro ou cinco. O que desmotiva a competição e que afunda os clubes menores em dívidas e vexames.

É bom pensar nisso antes que o abismo não seja ultrapassável. E agir antes que seja tarde demais.

Abre o olho, Brasil! O exemplo a não ser seguido, vem da Espanha.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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