Sem cobrança, sem resultado

Impossível colocar nas costas de Cuca qualquer carga de responsabilidade em mais uma derrota do Atlético-MG na temporada. Desta vez, 2 a 1 para o Botafogo, pela Copa Sul-Americana. O técnico deu o primeiro treino na terça e sequer teve tempo para alguma coisa antes de estrear.

O que se viu, porém, foi um time que já buscou algumas características de seu novo treinador, mas que manteve os mesmos erros. Diferente taticamente, idêntico tecnicamente. O principal (e óbvio) problema do Galo não é o treinador, mas sim a falta de qualidade e, principalmente, confiança.

Contra o Botafogo, Cuca escalou o time no 4-3-1-2. Com o que tem, é a melhor opção. Errou apenas por não colocar em campo Filipe Soutto e Guilherme, titulares indispensáveis para o crescimento da equipe.

Os cariocas pouparam três importantes jogadores (Cortês, Renato e Elkeson), mas mantiveram o padrão tático do 4-4-2 e mostraram que Caio Júnior ganhou mesmo um elenco fortalecido para trabalhar. A boa campanha não é obra do acaso.

O que se viu em campo foi um filme repetido. O Atlético errando muitos passes, deixando espaços de sobra e com os dois zagueiros (quase) sempre mal posicionados. No primeiro gol, Patric perdeu a bola, Leonardo Silva não saiu do chão e Réver perdido na área foi incapaz de cortar bola de Herrera que estufou as redes logo no início e aumentou a pressão.

O Atlético passou a errar mais. André batalhava na frente e fazia boa partida, mas não encontrava outro jogador na mesma sintonia. Dorival trocou o vaiado Patric por Wesley, melhorando o setor ofensivo e deixando mais gente próxima do ataque, mas abrindo enorme espaço por onde o Botafogo mais jogava. E no primeiro vacilo, Maicosuel entrou nas costas de Serginho em velocidade, Réver ficou vendido e o botafoguense ampliou.

Se apertasse, o Botafogo poderia aproveitar o momento absolutamente ruim do Galo para golear e decidir a vaga. Contente com o resultado, porém, pisou no freio. Os contra-ataques não sairam e o Galo passou a conseguir ter a bola no ataque. Até diminuir, com Richarlyon, no último lance do primeiro tempo.

Na etapa final, o Galo esboçou pressão, principalmente após a entrada de Berola que reoxigenou o setor ofensivo. Mas esbarrou em Jéferson e no nervosismo para não conseguir pelo menos o empate.

Ainda é cedo para dizer se Cuca vai "dar jeito" ou não no time atleticano. Fato é, que mais do que mudanças táticas ou de peças, o Galo precisa de confiança e treinos técnicos. No início de seu trabalho no Cruzeiro, Cuca privilegiou o sistema defensivo e venceu partidas em sequência pelo placar mínimo. Me parece o mais correto a ser feito neste momento no Atlético. O melhor ataque, é a defesa.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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