Risco e sorte

Imagine o clássico mais importante para o seu clube e o treinador deixa fora seus melhores jogadores. Um Cruzeiro x Atlético-MG com Montillo no banco. Santos x Corinthians com Neymar entre os reservas. Flamengo x Vasco com Ronaldinho Gaúcho fora dos 11 iniciais. Você perdoaria o seu treinador? Provavelmente não.

Mas foi o que fez Alex Ferguson no mais importante clássico inglês. Por um lado, o treinador respeitou o Liverpool, que jogava em Anfield (onde havia vencido o rival nas últimas três partidas). Adotou um 4-1-4-1 defensivo e cauteloso. Por outro, abriu mão de Chicarito, Nani e, principalmente, Rooney que se envolveu em polêmicas durante a semana com a suspensão de três jogos pela seleção inglesa.

Do outro lado, o Liverpool também tinha um esquema cauteloso. O 4-2-3-1 de Kenny Dalglish deixava Suárez muito isolado no ataque e Gerrard, Downing e Kuyt pouco entravam na área. As melhores chegadas dos donos da casa se davam com o bom lateral esquerdo Luis Enrique, que apoiava com desenvoltura.

O primeiro tempo foi fraco. Muita luta, muita disputa, poucas chances de gol. Depois dos 30 minutos, o Liverpool passou a dominar o meio-campo, adiantou suas linhas e atacou mais contando com a iniciativa do ótimo Luis Suárez que se movimentava muito e dava trabalho para Ferdinand.

No segundo tempo o panorama se manteve, com o Liverpool melhor. A entrada de Henderson, reconfigurando a equipe num 4-4-1-1 deu ainda mais poder ofensivo. Ferguson assistia passivo, sem colocar suas estrelas em campo. Aos 22 minutos, ele resolveu colocar Nani e Rooney quando a pressão dos donos da casa crescia. Por azar, Gerrard bateu falta (inexistente) com categoria se aproveitando da saída de Giggs da barreira e abriu o placar quando os dois estavam à beira do campo.

Obrigado a atacar, Ferguson colocou em campo Chicarito e formou um estranho 4-4-2 com Rooney sacrificado como meia central. Por sorte, pouco depois, o mexicano mostrou a estrela tradicional e empatou o jogo de cabeça.

Daí em diante, com o meio-campo desconfigurado o Manchester foi pressionado. Deu espaço para De Gea brilhar e mostrar que já adiquiriu a confiança necessária para mostrar seu potencial, deixando para trás a insegurança dos primeiros jogos no clube.

No fim, o 1 a 1 foi bom resultado para o United. Levar um ponto em Anfield não é tarefa fácil mesmo com o Liverpool nas piores fases, o que foi visto no ano passado. Ferguson correu riscos deixando seus principais jogadores de fora, perdeu a liderança, mas tem motivos para comemorar.

O Liverpool também. Se não venceu, provou mais uma vez que depois do time medíocre e da temporada medonha no ano passado, o clube se reforçou bem e hoje tem condições de brigar com qualquer adversário na Inglaterra.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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