Para fazer valer a pena

O contrato comercial feito pelo Atlético-MG com a BWA para exploração do Independência e hoje aprovado pela Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais tem a marca do presidente Alexandre Kalil desde que assumiu a presidência do Galo: ousado, inovador e arriscado. Se vai se tornar a redenção financeira do clube nos próximos anos e será, de fato, uma "tacada de mestre" só o tempo e a atuação do Atlético no negócio dirão.

Fazer de um estádio de futebol um negócio lucrativo no Brasil não é tarefa fácil e só agora começa a tornar-se uma realidade. Alavancado pelo São Paulo, que faz do Morumbi atualmente a sua principal fonte de renda. É preciso observar, porém, que o ponto alto do estádio paulista se dá nos grandes shows/eventos que normalmente não chegam à capital mineira (talvez pela ausência de um espaço adequado).

O Botafogo, "dono" do Engenhão, demorou para encontrar alternativas e ainda caminha a passos de tartaruga. Depois de prejuízo nos dois primeiros anos comandando o estádio, enxugou os custos em aproximadamente 150 mil reais mensais, abriu a porta para shows de grande porte e conta ainda com a atuação dos outros enquanto o Maracanã segue em obras para o Mundial. Após a reabertura do maior estádio da cidade, a receita pode cair de forma considerável. Hoje, dono de 100% de toda a renda no estádio, o Botafogo prevê lucro anual na faixa de 8 a 12 milhões de reais para 2012.

O acordo do Atlético com a BWA prevê 45% da arrecadação para o clube mineiro. Parcela pequena, mas que pode ser importante. É importante que o clube saiba, porém, que a receita de jogos é parte pouco considerável no processo, ainda mais considerando-se a parcela que ele detém. Viabilizar grandes eventos, vender camarotes, associar o estádio a marcas importantes é o que vai trazer ao Galo dinheiro suficiente para fazer o acordo valer a pena. Para isto, precisará investir e trabalhar o setor de marketing, até então totalmente desvalorizado na gestão Alexandre Kalil.

É importante ainda, que a torcida tenha consciência das mudanças que a nova gestão vai acarretar no acanhado Independência. Com 25 mil lugares disponíveis, o Atlético terá como capacidade máxima o que muitas vezes sua enorme e apaixonada torcida teve como presença média. O ingresso certamente sofrerá aumento nos preços e um projeto bem montado para sócio-torcedor poderá trazer grandes benefícios para associados e clubes.

São muitos fatores para afirmar que o acordo Atlético-BWA é bom ou ruim para o clube. Como disse no início do texto, só o tempo dirá. A reabertura do Mineirão e a forma como o principal estádio da cidade será gerido também influenciará diretamente na questão.

Fato é que enquanto o rival engatinha sobre as dívidas e segue fazendo da venda de seus principais jogadores sua principal fonte de receita, o Atlético corre atrás de opções para tornar-se viável e ainda mais lucrativo. Dando certo ou errado, a coragem de Alexandre Kalil mais um vez precisa ser destacada.

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Um comentário:

Otacílio Júnior disse...

Time pequeno, contrato pequeno, estádio pequeno... pra encher somente com ingressos a R$ 5,00...
É ler o contrato direito e ver... se fosse tão vantajoso o banana do Gilvan teria assinado... mas, é melhor que nada... jogada de marketing para com a quase extinta torcida alverosa e para gerar matéria pros pateticanos de plantão...
De toda forma, o contrato fere sim o determinado em ato licitatório, bem como fere princípio jurídico...

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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