Estaduais, a última maravilha do Brasil

Os Campeonatos Estaduais pelo Brasil são um sucesso. Só que ao contrário. Neste meio de semana, 16 dos 20 times que vão disputar a próxima Série A entraram em campo (as exceções foram mineiros e gaúchos que não tiveram jogos).

A rodada seria interessante se todos eles jogassem ao mesmo tempo seus jogos no mesmo estádio. No novo Maracanã, com capacidade projetada para 76 mil pessoas por exemplo, pouco mais de 20 mil torcedores ficariam do lado de fora sem ingresso.

Isto mesmo! Nos 16 jogos envolvendo clubes da Série A nesta quarta e quinta, só 98.677 pessoas compraram ingresso. Média pífea de 6.167 torcedores por jogo (alavancada pela torcida do Itumbiara, que comprou mais de 26 mil ingressos para o jogo contra o Atlético-GO, um dos dois com público superior a 10 mil). O Náutico, por exemplo, de torcida apaixonada, jogou para apenas 581 pagantes contra o América. No Rio, os quatro grandes somados, venderam menos de 10 mil ingressos.

Para fazer uma (injusta) comparação, a média de público do Barcelona na última temporada foi de 79.192 torcedores por jogo, seja contra Alavés ou Real Madrid. O número é quase igual ao público total dos 16 times citados.

Na última Premier League, por exemplo, o time que teve a pior média de público foi o Blackpool com 15.782 presentes por jogo: 90% de ocupação do seu estádio, com capacidade para 17.600 pessoas e quase três vezes mais do que a média da rodada estadual.

Não é só o público que não se empolga. Em geral, os jogos são fracos e os times desinteressados. Muitos reservas, poucos tropeços, algumas crises desnecessárias e muito mais problemas do que soluções.

Mas há quem defenda as competições dizendo que "valorizam" rivalidades e colocam clubes pequenos em atividade (como se fosse possível procurar uma fórmula em outra competição que fosse interessante para eles). Desculpas descabidas. Comprovadas pelos números abaixo:

PÚBLICO DOS 16 TIMES DA SÉRIE A NOS ESTADUAIS NOS DIAS 29/02 E 01/03
Considerados o público de acordo com borderôs divulgados pelas Federações

Atlético-GO (contra o Itumbiara, fora de casa): 26.079 pagantes
Santos (contra o Guarani, fora de casa): 10.720 pagantes
Corinthians (contra a Catanduvense, em casa): 9.946 pagantes
Coritiba (contra o Toledo, em casa): 9.076 pagantes
Bahia (contra o Camaçari, em casa): 8.846 pagantes
Palmeiras (contra o Linense, fora de casa): 6.798 pagantes
Sport (contra o Belo Jardim, em casa): 6.476 pagantes
São Paulo (contra o Guaratinguetá, em casa): 6.026 pagantes
Botafogo (contra o Americano, fora de casa): 3.609 pagantes
Flamengo (contra o Boavista, em casa): 2.461 pagantes
Vasco (contra o Bonsucesso, em casa): 2.428 pagantes
Ponte Preta (contra o Botafogo, fora de casa): 1.816 pagantes
Portuguesa (contra o Mogi Mirim, fora de casa): 1.756 pagantes
Fluminense (contra o Resende, fora de casa): 1.447 pagantes
Figueirense (contra o Marcílio Dias, fora de casa): 1.059 pagantes
Náutico (contra o América, fora de casa): 581 pagantes

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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