Falta a Adilson o que falta ao futebol brasileiro: continuidade

Eis que bastou a segunda rodada para rolar a primeira cabeça no Campeonato Brasileiro. Foi a de Adilson Batista, que curiosamente recusou proposta do Cruzeiro 15 dias atrás alegando estar começando o trabalho no Atlético-GO. A diretoria não ficou comovida. Dois empates em dois jogos e o técnico foi demitido nesta terça-feira.

Foi o quinto clube de Adilson, pouco menos de dois anos depois de deixar o Cruzeiro onde fez trabalho sólido por duas temporadas e meia. Não curiosamente, também foi o quinto treinador a deixar o Atlético-GO, no mesmo período.

Falta ao Adilson o que falta ao Atlético-GO. E em geral, ao futebol brasileiro. Continuidade. Não se implanta uma linha de trabalho em alguns meses. Não se consegue formar um time em dez jogos. É preciso paciência, tempo e o mais importante: convicção.

No Brasil, não se contrata técnico por convicção. Se contrata pois há um lugar vago que precisa ser preenchido. Raramente, demite-se o treinador porque há outro com perfil melhor disponível. Falta resultado, o técnico cai, e contrata-se outro qualquer. Sem ter certeza de que aquele nome é o mais correto para formar o time que deseja, os dirigentes não pensam duas vezes antes de trocar. Adilson não é a primeira vítima da falta de convicção. E não será a última.

O mais curioso, é que mais uma vez Adilson deixa um time com o rótulo de retranqueiro. O gosto do treinador por volantes, deixa o preconceito aflorado. Os números, provam o contrário. Em 10 jogos no Dragão, foram cinco vitórias, quatro empates e só uma derrota. Vinte e quatro gols marcados, oito sofridos. Embora goste de volantes, Adilson sempre fez times ofensivos que pecavam na defesa. Mas os rótulos no Brasil não costumam se afastar de nome algum.

Adilson é um grande treinador. É sério, competente, trabalhador. Não costuma escalar ninguém para agradar torcida, imprensa, diretoria. Tem a convicção que falta aos times que o contratam. No caso dele, as vezes até demais.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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