Nos últimos cinco jogos, Celso Roth usou pelo menos quatro esquemas táticos diferentes em busca de um time ideal para o Cruzeiro. Na quarta-feira, este espaço destacou que a diferença dos mineiros para o Corinthians na derrota no Pacaembu era simplesmente o fato de estar montando um time durante o Campeonato Brasileiro. Se ainda está longe de ser considerado "pronto", Roth encontrou ontem um caminho para seguir.
Contra o Palmeiras, o Cruzeiro fez seu melhor jogo no Campeonato Brasileiro. Com Wallyson novamente titular, Celso Roth voltou ao seu esquema preferido, o 4-2-3-1. Mas surpreendeu com uma mudança tática interessante. Tinga era o meia central, bem próximo dos volantes, e Montillo aparecia do lado esquerdo. Por ali, o argentino escapou da marcação forte que vinha sofrendo e teve espaço (até demais) para arrancar com a bola e criar chances de gol. Em uma delas, foi derrubado fora da área mas "enganou" a arbitragem que deu penalti. Borges bateu e abriu o placar.
Antes a partida era equilibrada. O Palmeiras era mais equilibrado e compacto. Ainda pouco adaptado ao esquema, o Cruzeiro deixava espaços no meio-campo principalmente porque Leandro Guerreiro voltou a aprofundar demais na marcação virando quase um terceiro zagueiro. Ficava para Charles a obrigação de marcar sozinho. E o Palmeiras tinha espaço.
No segundo tempo, com Guerreiro mais adiantado, o Cruzeiro foi soberano. Wallyson se movimentou mais, sempre às costas dos zagueiros. Tinga conduziu bem o jogo ditando o ritmo no meio enquanto Montillo seguia jogando livre. E as mexidas de Felipão, colocando Obina ao lado de Barcos no ataque, não funcionaram porque Victorino e Thiago Carvalho fizeram partida firme.
O Cruzeiro chegou ao segundo gol, de novo com Borges (em jogada de impedimento de Wallyson). Poderia ter chegado ao terceiro e ao quarto com um pouco mais de capricho e "sangue no olho" dentro da área. No fim, sofreu sem necessidade depois que o juiz errou mais uma vez ao marcar penalti inexistente em Maikon Leite. E só não acabou do empate porque em raro acerto, o trio assinalou impedimento de Arthur que empataria de cabeça já nos acréscimos.
O Cruzeiro segue com uma campanha mais segura do que o time é e demonstra em campo. Mas deixou contra um adversário complicado (embora a pontuação do Palmeiras na competição indique o contrário) a impressão de que pode crescer com escolhas acertadas como o retorno de Victorino à zaga, Montillo jogando longe do setor mais congestionado do campo e Wallyson como alternativa de velocidade. O caminho Roth já encontrou.
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