Se no mundo do futebol competitivo e de força física ainda existem times que dão valor ao espetáculo e à qualidade técnica, estes são Arsenal e Barcelona. Por sorte de quem ama o esporte e para o azar da competição, os dois se encontraram nas oitavas-de-final da Liga dos Campeões. Cedo demais.
No confronto do Emirates Stadium, era de se imaginar um jogo de bom toque de bola, de qualidade e velocidade. Não foi diferente. Mesmo que ambos os times não tenham jogado tudo o que são capazes, o duelo foi de encher os olhos e de empolgar quem gosta de futebol.
Para bater o Barcelona atualmente só há uma alternativa: jogar. Mesmo assim, é preciso atenção a todos os detalhes. O time espanhol dificilmente erra. Mantém a posse de bola (69% na primeira etapa, ontem), recompõe a defesa com velocidade assustadora e é brilhante no ataque. Por isto, fechar-se na defesa é algo que dificilmente vai funcionar. Uma hora, o gol acaba saindo.
O Arsenal começou com a marcação adiantada, tentando surpreender. Foi melhor nos primeiros 15 minutos. Mas pecava por adiantar muito a defesa que jogava em linha. Lampejo de Messi, que novamente como "falso nove" abriu espaço para os pontas, passe para Villa entre os zagueiros e gol espanhol. O gol assustou os donos da casa. E o Barcelona fez o que sabe. Tocou a bola com maestria, controlando o jogo.
A partida mudou no segundo tempo graças às ótimas mexidas de Arsene Wenger. Arshavin entrou para diminuir os espaços e complicar as costas de Daniel Alves (em dia pouco inspirado). Fábregas, recuado para jogar ao lado de Wilshere, deu qualidade irretocável à saída de bola dos ingleses. O Arsenal martelou até empatar com Van Persie (em chute forte, mas com colaboração de Valdez).
Com Keita no lugar de Villa, o Barcelona tentou seguir buscando o jogo mas sentiu a ausência de seu atacante. Iniesta faz bem a função de ponta esquerda, mas não tem a mesma movimentação do atacante e busca pouco as diagonais. Esperto, o Arsenal soube esperar o momento exato para dar o bote. Contra-ataque perfeito, de manual. Nasri em velocidade pela direita, levantou a cabeça e enxergou Arshavin entrando do lado oposto. Gol e virada histórica.
O Barcelona não é invencível, óbvio. O Arsenal provou isto conseguindo um resultado brilhante e uma vitória que dá moral. Os espanhóis seguem favoritos no confronto. No Camp Nou, os ingleses vão precisar jogar também, e principalmente, acertar e matar o jogo quando tiver oportunidade.
Certeza, apenas que teremos mais um belo jogo de futebol. Tanto ao Barcelona quanto ao Arsenal, o mundo do futebol só deve agradecer.
Um comentário:
Guardiola trocou errado (tirou Villa e botou o Keita) e o Arsenal cresceu no segundo tempo. Vantagem importante, mas o Barça leva no Camp Nou. Como nos últimos anos, falta tarimba ao Arsenal. Faltam craques de experiência.
Abs
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