Como tudo deve ser

Nenhuma renovação, por mais necessária que seja, se dá do dia para a noite com eficácia. E Mano Menezes parece ter percebido isto, depois de dois resultados negativos que começaram a colocar pressão sobre seu trabalho e antes do primeiro grande desafio no comando da seleção brasileira.

O 2 a 0 sobre a Escócia não foi grandioso. Esteve longe de ser um espetáculo capaz de encher os olhos. Mas dá um pouco mais de tranquilidade para o treinador e indica um caminho para a transição que fará bem tanto ao time quanto aos jovens que estão chegando agora ao elenco canarinho.

Antes de mais nada, é preciso lembrar que a Escócia, apesar da carência técnica não é uma baba como alguns quiseram colocar. É um time organizado taticamente e forte na defesa, que recentemente deu muito trabalho à atual campeã do mundo, Espanha (3 a 2, com gol da vitória marcado por David Villa nos minutos finais).

Na teoria, Mano Menezes desejava manter o 4-2-3-1, base de seu trabalho até aqui. No entanto, em campo, o que se viu foi um time organizado numa espécie de 4-3-2-1, graças ao confuso posicionamento do tímido Jádson e ao avanço da dupla de volantes que não tinha a quem marcar no meio-campo, alinhando com Elano na linha inicial.

O Brasil conseguia ter a bola e fazia um jogo de grande movimentação, principalmente devido à liberdade já citada para Lucas Leiva e Ramires. Faltava, no entanto, brilho e capricho no toque final. O time criava boas jogadas, envolvia o adversário, mas não conseguia finalizar. Talvez por isto, em alguns momentos tenha ficado refém das bolas alçadas para Leandro Damião, estreante que mostrou presença de área e que pode ser útil tanto nas Olimpíadas quanto num futuro breve no time principal.

O tal "lance diferente" só aconteceu quando a bola caiu nos pés de Neymar. Mesmo bem marcada, a jóia santista conseguiu achar espaço saindo da faixa esquerda em diagonal abrindo espaço para as subidas de André Santos e Ramires. Assim, fez o primeiro em toque de quem sabe, e sofreu o penalti convertido por ele mesmo.

De bom ainda, a entrada de Lucas (do São Paulo), que mesmo atuando pouco tempo mostrou desenvoltura e qualidade para atuar tanto com velocidade pelos lados quanto como articulador central apesar da característica de carregar em excesso a bola.

A Copa América será o primeiro torneio de Mano. A primeira obrigação em dar respostas. E por isto, é bom contar com a experiência de jogadores como Júlio César, Maicon, Lúcio, Elano entre outros, inicialmente deixados de lado na tal "renovação" mas que aos poucos vão recuperando espaço. Num time onde o único grande protagonista é um ainda garoto, é bom contar com a experiência de quem pode conduzir o time ao caminho da tranquilidade.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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