Quanto vale o show?

É legal ver o futebol brasileiro em condições de competir com o futebol europeu em termos de contratação. Bom para o espetáculo, bom para o torcedor, ótimo para o campeonato. Cada vez nossos times ficam mais fortes e as competições mais equilibradas.

O Corinthians pode quebrar uma barreira enorme nas próximas horas. O clube paulista sonha anunciar o acerto com Tévez, do Manchester City. Que jogaria em qualquer clube da Europa, que joga em um clube onde ganha uma fortuna e dinheiro não falta, e que está no auge da carreira aos 27 anos.

Seria uma contratação histórica e sem precedentes no Brasil. Há que se levar em conta o interesse de Tévez em voltar para a América do Sul (e nenhum clube argentino tem condições de bancá-lo). Mas independente disto, seria fantástico.

Porém, é preciso ver a contratação por outro lado.

Tévez custará ao Corinthians cerca de 40 milhões de euros (fora salário, luvas, premiações). Clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, não tem esse orçamento disponível para o ano todo.

Com Adriano, Liédson e William no elenco, quanto o Corinthians precisa de Tévez?

Se existe a necessidade e se o clube tem dinheiro para contratar, ótimo.

Mas se o clube tem dinheiro para contratar Tévez, porque precisa do MEU (e do seu) dinheiro para construir o seu estádio?

Com Corinthians e Flamengo ganhando tanto dinheiro a mais que os outros, o Campeonato Brasileiro não pode ficar polarizado em apenas duas equipes, como acontece na Espanha, a longo prazo?

Ver o crescimento financeiro dos clubes do Brasil é legal, por todos os motivos ditos no início do texto. Mas é preciso responder perguntas e acompanhar com atenção os passos dados. Afinal, dinheiro público e futebol são sérios demais para serem tratados sem o devido respeito. E são nossos. Um direito do povo.

PS: Só o fato de o Corinthians se interessar em pagar 40 milhões de euros por Tévez ou por qualquer jogador deveria servir para que o governo lhe tirasse os benefícios fiscais na construção do estádio. Mas não. O Brasil não é um país sério.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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