"Aposta" e futurologia

A reflexão partiu de Juca Kfouri nesta segunda-feira, no Linha de Passe da ESPN: "o que seria de Mano Menezes se o Grêmio tivesse perdido a Batalha dos Aflitos para o Náutico?". A resposta provável é que o técnico seria demitido e teria que recomeçar a carreira em um Caxias ou XV de Novembro.

O Grêmio venceu e Mano Menezes pode dar sequência ao trabalho no tricolor gaúcho. A aposta vingou, conquistando o vice da Libertadores. Depois, um trabalho sólido no Corinthians com títulos marcantes até a chegada (rápida) à Seleção Brasileira.

A trajetória de Mano Menezes poderia ser totalmente diferente por um jogo. É inimaginável que não fosse aquele histórico 1 a 0 sobre o Náutico em 26 de novembro de 2005, o treinador da seleção brasileira estaria onde está.

Mano Menezes é um caso raro de aposta que deu certo. Justamente porque é um caso raro de "aposta" no cargo de técnico dos grandes clubes do país.

Dos 19 técnicos contratados por clubes da Série A (o Náutico ainda não contratou o substituto de Waldemar Lemos), apenas oito tem menos de 50 anos. O mais jovem é Gilson Kleina, de 44 anos, aposta que deu certo na Ponte porque teve tempo para trabalhar num time de menor pressão.

O São Paulo recentemente ficou sem treinador e resolveu apostar em Émerson Leão, de 62 anos, encostado na carreira depois de tanto tempo. O Flamengo procurou Joel Santana (63 anos) no Bahia após a saída de Luxemburgo. A rotatividade de técnicos, em sua maioria, ultrapassados não permite a entrada de novos nomes no mercado. Falta coragem, falta tato, falta paciência.

Apenas para servir de comparação, o Barcelona, melhor time do mundo, tem em Guardiola um técnico criado no clube e destacado aos 41 anos.

Os nomes são os mesmos e quando as raras chances aparecem para os jovens, as cobranças são imensamente maiores. Um treinador sem experiência, provavelmente teria sido demitido do Flamengo após o "vexame" na Libertadores. O mesmo serve para a desclassificação do São Paulo, de Leão, para a competição continental no último Brasileirão.

Abrir o espaço para "novatos" sem que eles dependam de uma Batalha dos Aflitos para dar sequência ao trabalho é caminho fundamental para o Brasil encontrar novos nomes para um mercado escasso. E principalmente, para novas ideias permitirem aos clubes brasileiros exibirem-se no mesmo nível tático até mesmo de rivais continentais como Vélez e Universidad do Chile.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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