Ganhar e, principalmente, jogar

O retorno da extinta Copa Rocca, agora sob novo nome, poderia ser extremamente útil no trabalho da Seleção. Seria uma oportunidade para testar jogadores diferentes, dar cancha para jovens que começam a buscar espaço na equipe e dar sequência ao trabalho para 2014. Mano disse em entrevista antes do jogo que não era partida para jogar, e sim para ganhar. Não fez nem um, muito menos o outro. E acabou não aproveitando absolutamente nada em mais um amistoso.

Não estou de acordo com os que acham que os amistosos são apenas para testes. Principalmente porque, como não vai disputar as Eliminatórias, o Brasil precisa levar todas as partidas à sério. E vencer adversários fortes é fundamental. Mas, em um jogo apenas com jogadores locais, contra uma Argentina desfigurada, a hora era de aproveitar a oportunidade.

Mano começou mal na escalação. Kléber, aos 31 anos, e com rendimento apenas regular no Inter foi titular. Réver, que só agora começa a recuperar seu futebol no Atlético-MG também. Isto sem falar na inexplicável opção por Renato Abreu no meio-campo.

O jogo começou com o Brasil no 4-3-3 europeu (três volantes e três atacantes). Voltou a sentir falta de articulação. Neymar e Ronaldinho eram obrigados a recuar muito para buscar o jogo. Além de ficarem longe da área de decisão, deixaram Leandro Damião isolado.

A Argentina, no 3-5-2, tinha o objetivo claro de fechar os lados do campo. Aos poucos, percebeu os espaços, ganhou o meio-campo e dominou o jogo. Era um time mais fraco tecnicamente, mas uma equipe muito bem organizada pelo ótimo Alejandro Sabella. E mostrou alguns bons nomes como Martinez, Fernandez e principalmente Canteros. Boseli, no pouco tempo que esteve em campo, também foi bem, levando constante vantagem sobre a dupla de zaga do Brasil que batia cabeça.

O Brasil não jogou. Jovens como Mário Fernandes, Cortês, Casemiro, Lucas e Oscar que poderiam ser testados não entraram em campo ou jogaram pouco tempo. A noite só não foi absolutamente perdida porque em lance isolado, Leandro Damião fez jogada individual: chaleira no lado do campo, em direção ao gol, e finalização por cobertura que bateu na trave.

Mano segue colocando o emprego à frente do desenvolvimento. O trabalho não ganha força e a pressão cresce. A impressão que fica é que o processo é irreversível: a cada partida Mano fica mais pressionado, pensa mais nos resultados e o time piora.

A hora de ganhar já chegou. Mas a hora de jogar não deveria ter passado em momento algum.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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