Quando a Sul-Americana vira salvação

Os discursos nos vestiários da Arena do Jacaré e do Beira-Rio após os clássicos mineiro e gaúcho neste fim-de-semana se justificam: Atlético-MG e Grêmio vivem situação igualmente desconfortável no Brasileirão. Como alento, esperam usar a Sul-Americana, antes desprezada, para recuperar a auto-estima e quem sabe conseguir pelo caminho mais curto, uma vaga para a Libertadores. Injustificável, para o time de ambos.

Em Minas Gerais, depois de 15 clássicos de completa soberania do Cruzeiro, era natural imaginar uma situação diferente desta vez. O Atlético-MG precisava demais da vitória, jogava diante apenas de seus torcedores e ainda enfrentava um rival com problemas para escalar o time e com quatro importantes desfalques.

Cuca agiu com perfeição. Reconheceu as limitações do que tinha a sua disposição e montou o time para se defender e surpreender o adversário no contra-ataque. Luxemburgo acertou na estratégia e na tática, errando apenas nas peças. Diego Souza no meio-campo, é fora-de-série. Como atacante, é um jogador comum.

Apesar disso, o primeiro tempo onde o Cruzeiro trocava passes com tranquilidade mas não conseguia criar absolutamente nada e onde o Galo jogava na direção do gol e levava vantagem pela esquerda com Tardelli e pela direita com Diego Macedo, terminou com vitória dos cruzeirenses. 1 a 0, no único chute a gol azul. Wellington Paulista, um golaço. Os alvinegros pressionaram, criaram chances, mas esbarraram na trave, nos erros de finalização e em mais uma atuação destacável de Fábio.

Na etapa final, quando o natural fosse que os mandantes pressionassem, o time não conseguiu criar mais. A entrada de Obina, que seria solução para colocar para as redes as bolas que teimavam em passar na frente do gol celeste não funcionou porque o time atleticano deixou de jogar pelos lados. Afunilando demais o jogo, o Atlético-MG facilitou o trabalho do Cruzeiro, que adiantou Fabinho para o meio-campo e não teve maiores sustos. Aliás, poderia ter matado o jogo, nos contra-ataques puxados por Diego Renan e Thiago Ribeiro. No fim, mesmo após a expulsão de Gil, o Galo tinha a bola mas criou poucas chances reais de gol.

Em três anos foram 16 clássicos, com 13 vitórias do Cruzeiro e apenas uma do Atlético, que jogou toda a partida com um homem a mais contra os reservas do rival. A supremacia em Minas é muito grande para ser comparada a um pão com manteiga. O trabalho de Luxemburgo demora para surtir efeito e a zona de rebaixamento após quase um terço do Campeonato após tanto investimento é inaceitável. Resta saber até quando vai a paciência da diretoria com o treinador. Já o Cruzeiro, de gastos mais modestos desta vez, encosta no G-4, conciente de suas limitações.

Sobre o Gre-Nal, citado no início do texto, não tenho tanto para dizer, pois não acompanhei a partida. Vi apenas os melhores momentos (com destaque para a boa atuação de Renan) e a entrevista de Silas, parecidíssima com a do técnico do Atlético-MG. Depois de ótima campanha no primeiro semestre, o também ótimo time tricolor precisa justificar-se no Brasileirão. E não apenas na Sul-Americana.

Depois de pensar tão grande quando montaram seus times para 2010, é inaceitável que Atlético-MG e Grêmio estejam se preparando para contentar-se com tão pouco. Adiar a reação pode custar mais caro do que a encomenda.

Um comentário:

Lolis disse...

Ê... galo...

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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